O elemento Titânio (símbolo Ti)
A história da civilização se
confunde com a história dos materiais, pois o homem foi fazendo uso de
diferentes ferramentas e tecnologias no seu dia a dia e nas atividades econômicas.
Atualmente, o titânio, um elemento químico de símbolo Ti, número atômico 22,
destaca-se pelas suas aplicações tecnológicas. Diferente da participação
marcante do ferro na metalurgia e do silício da indústria eletrônica, o titânio
tem se mostrado um elemento polivalente, ou seja, tem um grande espectro de
utilização econômica.
O elemento titânio (Ti) foi
descoberto em 1791, pelo reverendo inglês William Gregor (1761-1817), sendo o
nono elemento mais abundante na Terra.
Possui forte afinidade por
oxigênio, sendo que a temperatura ambiente se apresenta no estado sólido, com
brilho prateado. Apresenta especial resistência à corrosão e pressão. É forte
como o ferro, porém 45% mais leve. Mais leve e frágil à deformação mecânica é o
elemento alumínio (60% mais leve), comparado ao titânio.
É extraído de minerais,
sendo as principais fontes o rutilo (TiO2) e a Ilmenita (FeTiO3).
Possui coloração branca
metálica, e à temperatura ambiente se encontra no estado sólido à temperatura
ambiente. O metal em seu estado puro não é bom condutor térmico, mas possui
alta condutividade elétrica, sendo facilmente moldado (elevada ductibilidade –
capacidade do material em ser deformado antes do momento de sua fratura).
- Usos interessantes do
Titânio para a Engenharia de Produção:
As ligas de titânio com
alumínio, molibdênio, manganês, ferro e
outros metais como vanádio tem grande aplicação industrial.
São muito utilizadas na indústria aeronáutica e militar, quando o propósito é
obter materiais leves e muito resistentes á elevadas temperaturas. Um avião
Boeing 747 demanda 43 toneladas de ligas de titânio e o modelo mais moderno da Airbus
o A787 incorpora 91 toneladas de ligas de titânio.
O emprego de
ligas de titânio
em bijuterias, relógios,
raquetes de tênis, laptops, bicicletas, óculos,
etc. está tornando
o seu uso
cada vez mais
frequente. Entre seus compostos,
o de maior uso (95%) é o dióxido de titânio, TiO2 empregado na
fabricação de tintas usada no segmento de construção civil e também para uso
artístico. Esse produto também é incorporado na produção de papel, pasta de
dente, plásticos, etc. Na indústria química, é empregado devido à sua
resistência à corrosão e ao ataque químico.
No cenário mundial, o
segundo maior campo de aplicação dos pigmentos é na indústria papeleira,
particularmente na fabricação de papel fotográfico. Todo o plástico básico
produzido requer a adição de pigmento de titânio que também é requerido na
produção de borracha para pneus, esmalte para porcelanas, encerados,
revestimentos de paredes e fibras de vidro.
- Usos interessantes do
Titânio para a Engenharia Civil:
No Brasil, o maior consumo
de titânio é destinado à fabricação de tintas, esmaltes e vernizes (52%)
seguido pela siderurgia
(36%), produção de
ferro-ligas (11%) e
outras destinações como soldas, anodos para galvanoplastia, e indústria
de pisos e revestimentos que absorve aproximadamente 1% desse metal. A
indústria nacional de eletrodos é responsável por mais de 95% do consumo
nacional de rutilo. O consumo brasileiro de fero-ligas de titânio, embora
pequeno, passou a ser atendido pela importação. O produto é importado pelo
setores siderúrgicos e de fundição, cujas ligas compreendem o ferro-titânio e o
ferro-slício-titânio.
Os pigmentos de dióxido de
titânio têm grande aplicação na produção de tinta verniz (aproximadamente 50%
do total) pela atribuição de elevado grau de refração à luz, opacidade e capacidade
de ocultação de imperfeições existentes nas superfícies onde são aplicadas,
além de sua inércia química e toxidade nula.
A argumentação contrária: O lado obscuro do
uso do dióxido de titânio (TiO2):
Fonte: Brizza Cavalcante. |
Em 2011, o deputado Antônio Carlos Mendes
Thame trouxe um projeto de lei que proibisse o uso do dióxido de titânio na
fabricação de alimentos e cosméticos. Leia a seguinte reportagem:
“A Câmara analisa o Projeto de Lei
1370/11, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que proíbe a
utilização de dióxido de titânio em alimentos e cosméticos. O dióxido de
titânio é um pigmento branco inorgânico, bastante usado em cosméticos, tintas e
corantes de alimentos. Tem uso bastante comum também em bloqueadores solares,
em virtude de sua propriedade física de barrar a radiação da luz solar.
Mendes Thame explica que, com a
contaminação de mananciais por esse composto, por meio do descarte pelo
esgoto doméstico, a penetração da luz solar na água fica impedida, podendo haver
alterações no ambiente aquático.
O autor argumenta que não é necessário
proibir o uso do dióxido de titânio em tintas, pois já há legislação específica
sobre o assunto, disciplinando o destino final nesses casos. Além disso, o uso
é restrito a profissionais da área de pintura, o que reduz o potencial
poluente. Já a presença da substância em cosméticos, segundo o deputado, torna
o controle impraticável. De acordo com ele, já existem compostos químicos mais
eficazes para a proteção solar do que o dióxido de titânio.
Lesões intestinais
No caso dos alimentos, o deputado
alerta que a substância, apesar de liberada como aditivo pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) e por órgãos semelhantes de outros países,
pode causar lesões inflamatórias nos intestinos de animais.
Mendes Thame ressalta que ainda há
pouca pesquisa sobre os riscos do uso da substância. “Como seu emprego é
basicamente para colorir, sugere o bom senso que não seja usado na composição
de alimentos”, recomenda o deputado” (LARCHER, 2012).
Em 2012, a Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável aprovou a proposta que proíbe a utilização de
dióxido de titânio em alimentos. A medida está prevista no o Projeto de Lei 1370/11, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP).
“Originalmente, o PL também previa a
proibição ao uso do componente químico em cosméticos, mas a restrição foi
retirada do texto pelo relator, deputado Marco Tebaldi (PSDB-SC), por sugestão
do deputado licenciado Walter Ihoshi (PSD-SP). “Sua aplicação é altamente
eficiente para a prevenção de uma doença tão séria quanto o câncer de pele.
Especialmente porque habitamos um país tropical, onde a incidência de raios
solares é muito forte ao longo de todo o ano”, disse” (PINHEIRO, 2011).
Fontes utilizadas nessa pesquisa:
SOUZA, L. A. Titânio. Mundo educação. Disponível em: < http://www.mundo educacao.com/quimica/titanio.htm>.
Acesso em 14 mar. 2014.
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