sábado, 15 de março de 2014

O sangue: uma mistura homogênea ou heterogênea?




O sangue

Misturas são sistemas formados por duas ou mais substâncias puras, e podem se classificar em homogêneas ou heterogêneas.  
Segundo Kotz et al. (2010) mistura homogênea possui as mesmas propriedades ao longo de toda a sua extensão, independente da resolução óptica usada para examiná-la. Já nas misturas heterogêneas as propriedades de uma região ou amostra são diferentes daquelas para outra região ou amostra.
A distinção entre os componentes das misturas heterogêneas pode ser vista a olho nu, mas em alguns casos são necessários aparelhos microscópicos, como é o caso do sangue. As diferentes porções constituintes do sangue podem ser observadas ao microscópio.

- O sangue é composto por:

Glóbulos vermelhos (hemácias), que contêm hemoglobina, cuja função primária é o armazenamento e transporte do oxigênio para os tecidos.

Glóbulos brancos, cujo principal papel é identificar, destruir e remover qualquer produto estranho que tenha penetrado no organismo.

Plaquetas, que atuam principalmente no mecanismo de coagulação sanguínea.

Como separar a mistura heterogênea sangue?

“O sangue pode ser separado em diversos componentes sanguíneos para várias indicações clínicas. No entanto, muitos países não possuem instalações para a separação de componentes, e o sangue total continua sendo o produto mais utilizado na maioria dos países subdesenvolvidos. O uso de sangue total pode ser a mais segura e sustentável maneira de cobrir as necessidades transfusionais mais urgentes. No entanto, quando há recursos disponíveis, o uso de componentes sanguiíneos oferece certas vantagens”, segundo a Organização Mundial de Saúde.

São algumas definições:

Produto sanguíneo: qualquer substância terapêutica preparada a partir de sangue humano.

Sangue total: sangue não separado.

Componente sanguíneo 1:

- Uma parte do sangue, separada do sangue total, como:
a) Concentrado de hemácias;
b) Suspensão de glóbulos vermelhos;
c) Plasma;
d) Concentrado de plaquetas.


Processo de separação da mistura sangue:


Centrifugação:

Para separar rapidamente o sólido de um líquido podemos "acelerar" a decantação. Para isso coloca-se a mistura num aparelho chamado centrífuga, que gira em alta velocidade, depositando no fundo as partículas sólidas, que são mais densas. 




Um exemplo é a centrífuga que é usada em laboratórios de análises clínicas para separar os componentes do sangue, com ela pode ser feita a sedimentação dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas do sangue. Ao ser agitado separa-se a parte sólida (glóbulos, plaquetas) do sangue, da parte líquida que é o plasma.



Após ser centrifugado, o sangue apresenta três fases líquidas bem distintas: o plasma sanguíneo, glóbulos brancos e plaquetas, e os glóbulos vermelhos.

Exercício 2. Sistema observado: produto final da centrifugação do sangue




Fontes utilizadas na pesquisa:

Organização mundial da saúde. O uso clínico do sangue. Disponível no endereço:

 KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G. C. Química Geral e Reações Químicas. 6 ed. v. 1. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

Exercícios:

1) A partir dos conceitos de misturas homogêneas e heterogêneas, defina duas características do sangue que o classifique como mistura heterogênea.

2) No produto final de centrifugação do sangue, quantas fases são vistas no sistema? Porquê?

3) O processo de separação dos componentes do sangue é um processo físico ou químico? Pesquise o significado de decantação.  

O elemento Titânio



O elemento Titânio (símbolo Ti)
 
A história da civilização se confunde com a história dos materiais, pois o homem foi fazendo uso de diferentes ferramentas e tecnologias no seu dia a dia e nas atividades econômicas. Atualmente, o titânio, um elemento químico de símbolo Ti, número atômico 22, destaca-se pelas suas aplicações tecnológicas. Diferente da participação marcante do ferro na metalurgia e do silício da indústria eletrônica, o titânio tem se mostrado um elemento polivalente, ou seja, tem um grande espectro de utilização econômica.
O elemento titânio (Ti) foi descoberto em 1791, pelo reverendo inglês William Gregor (1761-1817), sendo o nono elemento mais abundante na Terra.
Possui forte afinidade por oxigênio, sendo que a temperatura ambiente se apresenta no estado sólido, com brilho prateado. Apresenta especial resistência à corrosão e pressão. É forte como o ferro, porém 45% mais leve. Mais leve e frágil à deformação mecânica é o elemento alumínio (60% mais leve), comparado ao titânio.
É extraído de minerais, sendo as principais fontes o rutilo (TiO2) e a Ilmenita (FeTiO3). 
Possui coloração branca metálica, e à temperatura ambiente se encontra no estado sólido à temperatura ambiente. O metal em seu estado puro não é bom condutor térmico, mas possui alta condutividade elétrica, sendo facilmente moldado (elevada ductibilidade – capacidade do material em ser deformado antes do momento de sua fratura).




- Usos interessantes do Titânio para a Engenharia de Produção:
  




As ligas de titânio com alumínio, molibdênio,  manganês, ferro  e  outros  metais  como vanádio tem grande aplicação industrial. São muito utilizadas na indústria aeronáutica e militar, quando o propósito é obter materiais leves e muito resistentes á elevadas temperaturas. Um avião Boeing 747 demanda 43 toneladas de ligas de titânio e o modelo mais moderno da Airbus o A787 incorpora 91 toneladas de ligas de titânio.
O emprego  de  ligas  de  titânio  em  bijuterias,  relógios,  raquetes  de tênis,  laptops, bicicletas,  óculos,  etc.  está  tornando  o  seu  uso  cada  vez  mais  frequente.  Entre seus compostos, o de maior uso (95%) é o dióxido de titânio, TiO2 empregado na fabricação de tintas usada no segmento de construção civil e também para uso artístico. Esse produto também é incorporado na produção de papel, pasta de dente, plásticos, etc. Na indústria química, é empregado devido à sua resistência à corrosão e ao ataque químico.
No cenário mundial, o segundo maior campo de aplicação dos pigmentos é na indústria papeleira, particularmente na fabricação de papel fotográfico. Todo o plástico básico produzido requer a adição de pigmento de titânio que também é requerido na produção de borracha para pneus, esmalte para porcelanas, encerados, revestimentos de paredes e fibras de vidro.




- Usos interessantes do Titânio para a Engenharia Civil:
  




No Brasil, o maior consumo de titânio é destinado à fabricação de tintas, esmaltes  e  vernizes  (52%)  seguido  pela  siderurgia  (36%),  produção  de  ferro-ligas  (11%)    e  outras destinações como soldas, anodos para galvanoplastia, e indústria de pisos e revestimentos que absorve aproximadamente 1% desse metal. A indústria nacional de eletrodos é responsável por mais de 95% do consumo nacional de rutilo. O consumo brasileiro de fero-ligas de titânio, embora pequeno, passou a ser atendido pela importação. O produto é importado pelo setores siderúrgicos e de fundição, cujas ligas compreendem o ferro-titânio e o ferro-slício-titânio.
Os pigmentos de dióxido de titânio têm grande aplicação na produção de tinta verniz (aproximadamente 50% do total) pela atribuição de elevado grau de refração à luz, opacidade e capacidade de ocultação de imperfeições existentes nas superfícies onde são aplicadas, além de sua inércia química e toxidade nula.   


A argumentação contrária: O lado obscuro do uso do dióxido de titânio (TiO2):
 
Fonte: Brizza Cavalcante.

Em 2011, o deputado Antônio Carlos Mendes Thame trouxe um projeto de lei que proibisse o uso do dióxido de titânio na fabricação de alimentos e cosméticos. Leia a seguinte reportagem:
“A Câmara analisa o Projeto de Lei 1370/11, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que proíbe a utilização de dióxido de titânio em alimentos e cosméticos. O dióxido de titânio é um pigmento branco inorgânico, bastante usado em cosméticos, tintas e corantes de alimentos. Tem uso bastante comum também em bloqueadores solares, em virtude de sua propriedade física de barrar a radiação da luz solar.
Mendes Thame explica que, com a contaminação de mananciais por esse composto, por meio do descarte pelo esgoto doméstico, a penetração da luz solar na água fica impedida, podendo haver alterações no ambiente aquático.
O autor argumenta que não é necessário proibir o uso do dióxido de titânio em tintas, pois já há legislação específica sobre o assunto, disciplinando o destino final nesses casos. Além disso, o uso é restrito a profissionais da área de pintura, o que reduz o potencial poluente. Já a presença da substância em cosméticos, segundo o deputado, torna o controle impraticável. De acordo com ele, já existem compostos químicos mais eficazes para a proteção solar do que o dióxido de titânio.

Lesões intestinais
No caso dos alimentos, o deputado alerta que a substância, apesar de liberada como aditivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e por órgãos semelhantes de outros países, pode causar lesões inflamatórias nos intestinos de animais.
Mendes Thame ressalta que ainda há pouca pesquisa sobre os riscos do uso da substância. “Como seu emprego é basicamente para colorir, sugere o bom senso que não seja usado na composição de alimentos”, recomenda o deputado” (LARCHER, 2012).


Em 2012, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou a proposta que proíbe a utilização de dióxido de titânio em alimentos. A medida está prevista no o Projeto de Lei 1370/11, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP).
“Originalmente, o PL também previa a proibição ao uso do componente químico em cosméticos, mas a restrição foi retirada do texto pelo relator, deputado Marco Tebaldi (PSDB-SC), por sugestão do deputado licenciado Walter Ihoshi (PSD-SP). “Sua aplicação é altamente eficiente para a prevenção de uma doença tão séria quanto o câncer de pele. Especialmente porque habitamos um país tropical, onde a incidência de raios solares é muito forte ao longo de todo o ano”, disse” (PINHEIRO, 2011).

Fontes utilizadas nessa pesquisa:

SOUZA, L. A. Titânio. Mundo educação. Disponível em: < http://www.mundo educacao.com/quimica/titanio.htm>. Acesso em 14 mar. 2014.

LARCHER, M. Meio Ambiente aprova proibição de dióxido de titânio em alimentos. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/ noticias/MEIO-AMBIENTE/429859-MEIO-AMBIENTE-APROVA-PROIBICAO-DE-DIOXIDO-DE-TITANIO-EM-ALIMENTOS.html>. Acesso em 14 mar. 2014.


PINHEIRO, L. C. Dióxido de titânio em alimentos e cosméticos poderá ser proibido. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ MEIO-AMBIENTE/204858-DIOXIDO-DE-TITANIO-EM-ALIMENTOS-E-COSMETICOS-PODERA-SER-PROIBIDO.html>. Acesso em 14 mar. 2014.

 

SANTOS, J. F. Relatório técnico 36: Perfil do Titânio. Brasília: Ministério de Minas e Energia, 2010. 29 p.

 

Para mais informações sobre o elemento Titânio, faça o download do Relatório Técnico 36, do Ministério de Minas e Energia:

 

Elemento Titânio